domingo, 16 de maio de 2010

aprendendo

ao ter apenas duas mãos para fazer o trabalho de um corpo inteiro, você se dá conta de que precisa ficar forte. é uma coisa que acontece da noite pro dia; de repente você se vê numa situação em que não tem absolutamente nenhum controle sobre mais da metade do seu corpo e precisa direcionar tudo através da mãos e dos braços. é foda. é desanimador e, pior, de tudo, é desanimador (a redundância é proposital). a primeira pergunta é: mas como? você olha os outros fazer o mesmíssimo movimento que você tem que fazer executado com maestria, lá vai você, todo dono da situação e, pimba... ossinho da bunda num canto da cadeira, joelho esfregado na porta do carro, dedos dos pés esmagados contra a parede. pior: você não sente dor alguma. parece que dói ainda mais.

o que então deve-se fazer? fisioterapia, muita fisioterapia. se possível, duas vezes ao dia, quanto mais, melhor. levar um corpo já estressado de um acidente horrível, de uma intervenção cirúrgica violenta ao extremo não é uma das sensações mais agradáveis. o seu corpo pede água, pede descanso, mas a sua cabeça está lá, a mil, querendo mais e mais, querendo melhorar logo. aí você chega em casa, podre da fisioterapia, que foi, mais uma vez extenuante do ponto de vista físico e um fracasso do ponto de vista da melhora, pois nada muda de um dia para o outro. mas aos poucos vai mudando.