quarta-feira, 31 de março de 2010

a brand new day

o meu dia começa tarde e meus planos da manhã já se foram por água abaixo... enfim, dormi muito e direto, o que é bom. cinderela, a tua vinda aqui ontem me trouxe paz e harmonia. o chinelinho de tope azul é lindo... é a tua cara, bem cinderela! se não o disse pessoalmente, te digo agora. ontem eu vi teu pé, e agora já posso dizer que eu gosto de ti da cabeça aos pés... =)

o não pensar too much (do post anterior), foi em relação às relações de afeto. eu sei que tu pensa muito (pensar muito é uma qualidade das pessoas inteligentes, o que, às vezes, as torna infelizes, ou ranzinzas, às vezes arrogantes e até chatas para os outros), tanto que tu tens sempre uma listinha do que fazer, para não esquecer de nada, moça certinha e disciplinada, tal qual uma princesa.

o fato de pensar mais ou menos sobre assunto x ou y não é uma coisa controlável. o ser humano pensa (aquele que tem um pouquinho de discernimento sobre a vida) sempre; é o que o torna especial e diferente em relação aos outros animais que habitam nosso planeta (se bem que é muito fácil ver seres humanos agindo como animais, em situações extremas). o que eu quero dizer, cinderela, é que eu não vou deixar de pensar da forma como eu penso. agora é tarde demais pra mim. eu já moldei a minha personalidade dessa forma, e vai ser muito difícil desmontá-la e criar uma nova, ou até mesmo quebrar um pedaço para ver se cresce outro (como o rabo dos lagartos); talvez aparar algumas arestas seja a minha saída, e eu percebo que tu tens o dom de aparar algumas destas minhas arestas.

este, talvez, seja um dos motivos pelos quais eu gosto tanto de ti e da tua presença. contigo eu me sinto um ser humano melhor. que busca um improvement na vida.

eu me considero uma pessoa extremamente intuitiva; e eu capto essas vibrações (boas ou ruins) que estão ao meu redor muito facilmente. te falei sobre isso ontem à noite. o que eu preciso controlar, e isso é factível, é a forma como essas vibrações e sensações interferem no meu dia-a-dia. eu preciso saber bloquear o que é ruim ou não me interessa e absorver tudo o que tem de bom ao meu lado.

tu, ao meu lado, cinderela, é sempre bom, agradável, traz coisas boas, paz, harmonia. tenha um ótimo dia com coisas boas e felizes. te desejo com todo o meu coração. só ficarei triste se, hoje, eu não te ver tal qual uma princesa, com brincos e laços brilhantes e o teu caminhar que mais parece um anjo flutuando acima do solo.

e quando humano, demasiado humano torna-se real

cinderela veio aqui hoje... =)

tem uma frase do senso comum que diz que quanto mais interessante e boa é uma conversa, mais rápido passa o tempo. é como ir numa festa onde tu te divertes pra caramba e quando vê, o sol está nascendo (muitas destas eu passei no havana caxias, sábado é dia de mais uma). então, cinderela veio ao meu reino hoje. realidade bateu à minha porta.

at first sight, olhar para a cinderela é um exercício difícil, pois ela é linda da cabeça aos pés. eu não sei pra onde olhar. nunca. aí prefiro olhar nos olhos. olhos não mentem. e eu sei que a cinderela gosta de mim. o olhar dela é penetrante, é humilde, é honesto, é lindo e contagiante. hoje, me contagiou. eu estava triste e ela me trouxe felicidade, afeto e alpinos. até a cinderela sabe que eu amo alpinos.

e eu, aquele ser humano, demasiado humano que erra, que faz cagadas e que é ansioso demais por natureza, foi, aos poucos percebendo que a cada dia se aprende uma coisa nova de alguém excepcional. que tem a qualidade de não pensar too much. e que é simples como acerolas recém colhidas do pé (sem agrotóxicos), espontânea como uma princesa deve ser, linda e charmosa como a cinderela no dia do baile real. e ela ainda por cima estava toda usando tons de azul!! o sapatinho não era exatamente um sapatinho, mas um lindo chinelinho azul com um tope combinando com os dedinhos do pé e com todo o resto. sim, cinderela, além de tudo eu sou muito, muito observador.

hoje eu vou dormir com o cheiro das tuas mãos nas minhas mãos. um cheiro suave e delicioso. que eu espero poder sentir novamente em breve.

boa noite cinderela. you made my day, today. tu és lindinha. não saia de perto de mim e me dê uma chance de provar novamente o teu beijo doce e suave e o teu carinho gentil e afetuoso.

terça-feira, 30 de março de 2010

quando o conto de fadas se torna humano, demasiado humano

eu acredito no amor. sempre. o amor sempre impera no fim. o mocinho e a mocinha sempre se beijam no fim. no fim, quem vence é sempre o amor. eu acredito nisso. se não acreditasse não teria vivido três grandes histórias com três mulheres totalmente diferentes e que me ensinaram muita coisa ao longo do tempo. sim, eu acredito no amor. e as amei com todas as minhas forças. cada uma à sua época, à sua maneira. mas meu amor é sempre forte, intenso, humano, afetuoso, exagerado, talvez. isso é assustador, de alguma maneira, prezado leitor? há a possibilidade disso ser ruim e/ou patológico? quando eu amo, eu amo. MESMO (acabo de quebrar a minha regra das palavras maiúsculas). isso para que vocês possam ver como é que eu amo.

acreditar no amor é tão idiota assim? nos deixa tão idiotas como todo mundo fala? a gente se transforma em um outro ser quando ama? nós perdemos a condição de seres humanos e nos tornamos alienígenas em nosso próprio planeta?
quem é mais idiota? aquele que ama incondicionalmente ou aquele que se recusa a amar dessa forma? quem tem coragem de expressar seus sentimentos ou quem tem medo de mostrá-los?

cinderela, eu sou humano, demasiado, humano. erro demais. tenho milhões de defeitos. mas meu amor é puro como a mais intocável rosa que consegue crescer no meio de uma floresta tropical inexplorada. eu sonho com aqueles romances de filme. eu sonho acordado. eu sou bobalhão. eu choro. eu sinto medo, mas mesmo assim, eu amo.

e para que eu deixe de amar, eu sofro. é um processo ao qual eu ainda não aprendi a isolar, a atenuar. e eu não sei se eu quero que um dia isso aconteça. eu concordo com o mestre vinícius de moraes:

"Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar

Eu amei, amei demais
O que eu sofri por causa do amor
Ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei
É que ninguém nunca teve mais
Mais do que eu"

un sueño argentino

eu, perdido em algum lugar do tempo e do espaço no mundo dos sonhos, neste mundo tão fértil e vasto, ganhei um amigo argentino, acredite se quiser, esperto leitor. ele se chama quique flores é torcedor do rosario central, emprestou-me um boné do seu time, um boné preto, meio gasto nas bordas da frente, e uma camisa da argentina, daquelas oficiais da adidas, número 20 às costas. hesitei um pouco a pedir a camiseta emprestada, mas a viagem era longa e quique e seu pai tinham muita fé em mim e na minha longa jornada de 635 quilômetros atá a fronteira. eu mesmo entrei na casa dele, pé por pé para não acordar sua irmã, para pegar a tal camiseta. a casa era humilde, eu lembro, a à frente dela havia um campo verde. a casa ao lado era da cinderela.. ela não estava em casa, mas eu sentia a presença dela, forte, no meu peito, mesmo assim. era como se eu pudesse vê-la, mas sem tocar. enxergá-la, mas sem definir uma expressão.

agora eu pergunto a você, querido leitor, agnóstico, ateu, esírita, budista, evangélico ou cristão, whatta fuck does that dream meant?

você acredita que os sonhos lhe dão alguma pista do seu futuro? ou que eles são imagens, reflexos do seu passado? ou ainda que são devaneios, às vezes lúdicos, às vezes insanos da nossa mente? no que você acredita, estimado leitor. você já parou pra pensar?

eu sei que a cinderela tem uma caída por buenos aires, mas eu não estava em baires (quisiera yo!). o que fica a 635 km? de onde? para onde? tem alguma coisa interessante em rosario? seria um endereço de bsas, rosario, 635 ?

será algum código que me leve à cinderela? espero que seja algo que me aproxime dela, por que eu acredito que o sonho nos dá dicas do futuro, nos guia a algum lugar, apesar de ter milhares de interpretações.

eu vou acreditar que esse sonho tá me dizendo o seguinte: não deixe de estar perto da cinderela, apesar de não vê-la, ou defini-la. busque-a, corra atrás dela, nem que seja por 635 km, ou que seja na calle rosario 635, em buenos aires. a cinderela é unique. ela não pode ser ignorada. ela tem que ser tratada e buscada a todo o instante, com amor, carinho, respeito e honestidade. essa é a minha interpretação, você astuto leitor, que faça a sua, se quiser. você tem o livre arbítrio se simplesmente ler este texto e me considerar um louco.

eu sou louco pela cinderela. =)

um bom ano

dentre todas as coincidências que eu e cinderela temos em comum, a que mais me espantou até agora foi "um bom ano". é um filme. um filme fofo. um filme que se passa na frança, no interior da frança. é um filme de amor.

eu já o vi diversas vezes. cinderela me disse que também já o viu muitas vezes, e que o adora, assim como eu. é um filme que começa puro, lúdico, e assim vai, com um enredo tão pueril e ao mesmo tempo encantador. um enredo de amor que se desenvolve aos poucos. frases marcantes que não se esquece... de la soupe, du poisson et une déclaration d'amour mignonne...

eu amo a frança, isso não é novidade pra ninguém. eu amo o jeito de vida dos franceses. eu amo a forma que os franceses tem de encarar a vida. eu deveria ter nascido francês. um francês do interior, lúdico e pueril, apaixonado pelas coisas simples da vida, eu deveria aprender a amar um bom vinho, um pão feito com carinho, uma trilha de yann thiersen.

eu seria um dono de um bistrot, trabalharia na cozinha, prepararia tartiflettes et crêpes e, provavelmente eu gostaria de ter a cinderela comigo.

eu seria serveur, cinderela me ajudaria e eu passaria o dia inteiro sorrindo pra ela. e ao fim do dia eu passaria por ela e falaria uma frase desse filme que me faz tremer: je suis fou des tes lèvres... me faz tremer por que eu já tive uma provinha dos lábios da minha cinderela.

cinderela, essa semana eu vou roubar um beijo teu. vou te dizer que eu sou louco pelos teus lábios vermelhos e te direi, sussurrando calmamente

"pardonnez-moi mes lèvres, ils trouvent le plaisir dans les endroits les plus innatendus."

segunda-feira, 29 de março de 2010

a verdade sobre a cinderela

ultimamente vários leitores tem me perguntado quem é a cinderela... ela existe? é de carne e osso? eu fiquei louco e criei um personagem imaginário? o que eu quero com a cinderela? ela vai aparecedr um dia?

bom, eu não vou responder a nada disso, curiosos leitores. vocês hão de concordar comigo que revelar qualquer uma destas questões acabaria com toda a graça das histórias.

meus textos são recheados de personagens reais, eu, por exemplo. também tem personagens reais, que circundam a minha vida de uma fora ou de outra; eles leem e se acham. e também tem personagens fictícios que me ajudam a descrever o meu dia-a-dia de forma simples, divertida e curiosa. seria o caso da cinderela? afinal por que cinderela? poderia eu ter escolhido outro nome? um nome mais real? aurora, talvez.

mas não, eu quero que seja cinderela, e cinderela será. apesar de eu ter gostado da aurora. de repente um dia aurora entre no enredo.

se a cinderela estivesse comigo nesta tarde, eu acho que ela teria gostado dos meus discursos. falei sobre mim, sobre o meu accident e sobre como isso influenciou a minha vida. falei de coisas que eu tenho feito para mim, de como mudei a vida de alguma pessoas para melhor e do que eu espero para o meu futuro totalmente incerto. e aí me perguntei: quão diferentes são as incertezas a respeito do futuro dos outros? ninguém sabe o que vai acontecer consigo daqui a cinco minutos. você sabe, caro leitor?

buscamos sempre antever nossos passos, cronometrar o nosso tempo e regular as nossas necessidades. e fatalmente, uma hora ou outra a gente acerta no que antevê, cronometra e regula. mas isso não é a regra. há uma regra?

a minha regra, agora, é não ter regras. é viver cada momento como se fosse o último, registrando cada sensação, seja de prazer, seja de dor, de alegriia ou tristeza, sem exagerar, sem ser (tão) imprudente (apesar de ser um adepto da imprudência). o que eu quero dizer é que eu procuro ver as coisas simples de forma diferente. valorizá-las. passei a amar as coisas simples. simples assim.

the sweetest things

depois de um breve hiato, como diz um amigo meu, volto a minha novela quase que diária que se transformou esse exercício de pensamentos humanistas.

como eu havia dito, ontem um irmão meu casou. foi emocionante ver duas pessoas que realmente se amam e se curtem realizarem um sonho mútuo. o mais interessante é que dava pra ver na cara deles esse amor emanando por toda a igreja e depois pelo salão inteiro, onde eu e meus amigos bebíamos e lembrávamos de histórias hilárias da época em que ninguém de nós pensava em casar, muito menos consumar o fato. foi divertido e nostálgico. foi bom, mas nem antes, nem depois da meia-noite a cinderela apareceu. eu sabia que ela não iria, mas enfim, a gente sempre espera né... faz parte do ser humano esperar sempre pelo melhor.soa como as aulas do professor pangloss a cândido, dizendo-lhe que tudo sempre está o melhor possível, mesmo que não esteja.

ontem tudo estava o melhor possível. se é que você, astuto leitor, me entende...

e hoje a tarde eu tive a oportunidade e o prazer de "conhecer" pessoalmente cinderela. e confesso que esse encontro me deixou um pouco ansioso (coisa de arianos). local combinado, horário combinado. estou esperando, numa mesa ao fundo. com vergonha. eu, que completo vários anos em breve, supostamente acostumado a situações como essa, estava ansioso, nervoso.

eis que, alguns minutos de espera e entra cinderela no recinto, magnífica, iluminada, sorridente, charmosa, tudo o que eu imaginava e mais um pouco.

resumo da ópera: falamos por mais de quatro horas sem parar, sorrimos, contamos histórias, felizes e tristes, verdades, nada de mentiras, por que contos de fadas não permitem mentiras. eu, que achava que o conto de fadas já havia começado, me enganei redondamente. ele começou hoje.

cinderela foi-se embora e me deixou. me deixou com uma vontade de quero mais. com um desejo incontrolável de ser carinhoso e dar toda a felicidade do mundo a uma pessoa. uma pessoa que pensa como eu, que, de certa forma, age como eu; que sonha como eu. que se envolve com as coisas simples, como eu.

meu fim de semana foi recheado de coisas boas. meu melhor amigo casou-se com uma pessoa inacreditável de boa e eu pude sentir o cheiro e tocar na cinderela. daqui por diante, não se sei exatamente o que me espera, um casamento, acho que ainda não, a cinderela, talvez. ou melhor dizendo, sou eu que estou esperando por ela, ansioso como um ariano apaixonado. eu gosto da cinderela.

sábado, 27 de março de 2010

o xixi

eis que um segundo capítulo desta novela se apresenta em plena madrugada. em frança diria-se: il est cinq heures vingt du matin. e o que eu estou fazendo acordado a esta hora. acordei, diferentemente de ontem, quando consegui, depois de muito tempo, dormir sete horas seguidas. eu sempre acordo durante a noite. isso é normal pra mim.

depois do accident, ficou ainda mais fácil acordar durante a madrugada. como a maioria de vocês sabe, eu ainda não possuo o controle total do meu esfíncter que controla o xixi. isso significa dormir com uma fraldinha de bebê enfiada no meu, digamos, guri. bom. o "guri" precisa de uma fraldinha especial, para bebes de até 6kg, tamanho p.

definamos algumas abreviaturas a partir de agora, serão as únicas letras que escreverei um caixa alta. como você, arguto leito deve ter percebido. todos os meus textos são escritos em letras minúsculas. é o meu estilo. ponto.

as abreviaturas:
DeF - deficiente físico;
PNE - portador de necessidades especiais (é o termo socialmente correto de chamar um deficiente físico).
TRM - trauma raquimedular (foi o que me fez perder momentaneamente o movimento das pernas)
SCI - spinal cord injury (o mesmo que TRM)

voltando ao xixi, então, por causa do TRM eu tenho ainda, em algumas ocasiões, situações onde eu não controlo a saída do xixi do meu organismo. e aos poucos a gente vai descobrindo o que dificulta e o que facilita a saída do maldito xixi. refrigerantes, cerveja, café e, principalmente, chimarrão. na real, nada dificulta, tem coisas que facilitam, eu até ousaria dizer, exigem a saída do xixi.

neste fim de tarde e início de noite agradável em que porto alegre celebrava os seus 238 anos, eu, minha mãe e minha irmã resolvemos tomar um belo chimarrão com uma erva-mate "cuiuda" como diria o meu avô.

well, essa erva-mate e as várias cuias que eu tomei, digamos, ainda estão "facilitando" a saída do meu xixi, e eu já gastei umas 18 fraldinhas tamanho p desde então.

por que eu estou falando disso, agora? por que às 5h minha mãe acordou-se, levantou-se e foi ao banheiro fazer xixi. desde o dia 7 de junho, eu não posso fazer isso. eu faço xixi em fraldinhas para bebês de até 6kg, tamanho p. na cama, geralmente. eu não vou mais ao banheiro fazer xixi.

no meu acidente, que anteriormente convencionamos chamar desastre eu perdi, junto com o movimento das pernas uma coisa que, para um homem, é a vantagem-mor sobre uma mulher, aquela de poder fazer xixi onde bem entender. o mundo pode ser um mictório para um homem. não mais para mim. você leitor homem, imagina-se perder essa "vantagem"?

as mulheres, no caso, já tem uma ideia do que se passa comigo. é como se eu estivesse menstruado diariamente.

eu uso absorvente. mas não virei mulher, não se preocupe, cinderela.

nostálgico, eu?

falei com a cinderela e ela não curtiu o cindy... achou que era um outro nome, diferente. é um ponto de vista. vou ter que acatar, afinal, é por ela que as minhas ideias vem aflorando quase que diariamente.

ultimamente eu falei de comida, de utopia, de minhocas e até daquele ignóbil dia mundial sem carne. ridículo. em poucas horas saio da capital dos gaúchos e subo a serra mais uma vez. esse caminho já fiz milhares de vezes pelos mais distintos motivos, e ainda vou fazê-lo durante um bom tempo, eu acho.

eu gosto de subir a serra e sentir, a cada quilômetro, que a temperatura vai diminuindo. gosto de sentir aquele ventinho gelando, aos poucos, as mãos pra fora da janela do carro. você, estimado leitor, já fez isso alguma vez? mesmo se o seu carro tenha ar-condicionado. faça. é uma sensação boa. de vida. de pureza e de virgindade. duvido que alguém, tenha tido a ousadia de subir aquelas escarpas íngremes e cerradas de árvores de toda espécie que a gente vê no trajeto da subida forte.

enfim, toda vez que subo a serra tenho aquela nostalgia que carrego comigo, afinal, foram praticamente 11 anos, muitos amigos, muitas mudanças, uma graduação, uma viagem ao exterior (duas, na verdade), muitas brigas com minha madrasta, com a minha irmã e com o meu cunhado (aqui vale uma piada que a cinderela não vai gostar, mas enfim.... cunhado, se fosse bom, não começava com cu). pois é... nem tudo na vida são flores. mas ainda bem que ainda encontramos rosas brancas, não é cinderela?

eu sinto falta de caxias do sul. me sinto um cidadão caxiense. pelo tempo que lá vivi e pela quantidade de pessoas que conheci e tive a felicidade de interagir, conhecer. gente de todo o tipo. homens, mulheres, pobres e ricos, gente humilde e gente esnobe. tive o prazer de conhecer praticamente toda a cidade, do bairro mais chique ao mais desprovido de qualidade de vida. mas... mas ao mesmo tempo, eu não sinto falta de caxias e dou um dedinho para dali sair. tanto que saí (tudo a ver com o meu desastre, mas saí).

hoje, nesse momento, eu quero voltar. quero rever meus amigos, abraçá-los como se fosse a última vez. dar aquele aperto de mão que raramente a gente dá. vê-los sorrir. chorar de alegria, se for o caso, por que tristeza eu quero longe de mim. quero felicidade e coisas boas.

gosto de ouvir as histórias da época da escola dos meus amigos caxienses... me lembram das minhas histórias da minha época de escola, em outro lugar. é gostoso, mas ao mesmo tempo deslocante. me sinto um peixe fora d'água ao ouvir estas histórias, afinal, eu não participei delas. só que, apesar de não ser o amigo de infância, tenho amigos de um ano, dois anos, que parece que nascemos no mesmo ano, passamos pela mesma escolinha, estudamos juntos o primeiro e o segundo graus, cursinho e faculdade juntos, tamanha é a identidade que criamos.

desde o dia 7 de junho de 2009, a grande maioria dessas amizades se acentuou, devido ao meu já demasiadamente propagado desastre. eu não sabia que eu tinha tantos amigos.

este post é dedicado aos meus amigos e amigas, aos novos, aos mais antigos, aos que falamos diariamente, aos que pouco temos contato, aos tímidos, aos exagerados, às piriguetes, às certinhas e avoadas, aos que eu via somente à noite. aos que eu via durante o dia apenas. àqueles com quem eu, invariavelmente cruzava na rua. aos que me davam carona. aos que me acolhiam nos dias difíceis. à "minha família" caxiense que me acolheu como um dos seus. aos meus alunos, que sempre considerei mais do que simples alunos. aos amigos de são marcos (terra exportadora de gente bonita e inteligente), aos padres de farroupilha, que muito me ensinaram. e mesmo aqueles que pouco acrescentaram na minha vida e/ou que pouco se preocuparam comigo.

eu guardo na minha memória o dia em que conheci cada um de vocês. eu lembro o que eu fiz, lembro onde foi. o que falamos e qual foi a minha impressão. =)

e lembro, essencialmente, que amizade não se compra, não se suborna. amizade se conquista. as minhas conquistas foram fulminantes. e assim será para sempre.

nostálgico, eu? não. eu sou feliz, saudosista, e aprecio os seres humanos do bem que eu posso humildemente chamar de amigos.

inimigos, acho que não os tenho.

sexta-feira, 26 de março de 2010

as ideias da cindy

o meu desativado blog voltou à ativa de uns dias pra cá... nota-se.

é tudo culpa da cindy (posso te chamar assim, carinhosamente, cinderela?). ela entrou no meu caminho e despertou uma luz que me dá vontade de escrever.

cindy tem me dado várias ideias, e eu to gostando das ideias dela. logo, logo, você, prezado leitor, vai ver que algo vai mudar. algumas coisas já mudaram, para melhor, diga-se. mas mudança é o que move esse mundo. tudo muda o tempo todo.

mudar de vida, por exemplo. tenho um par de amigos que eram gordos, quando crianças. hoje são magros e saudáveis. mudaram de vida, por conta. aprenderam a comer direito (voltando à comida). de tempos em tempos eles se oferecem pequenos luxos gastronômicos. volta e meia sai uma janta daquelas de ficar triste, enjoado e com vontade de ir ao banheiro. mas hoje eles são pessoas saudáveis.

tem gente que precisa de um toque, digamos, mais profundo. um trauma. pra mudar de vida. é o fumante que espera ter uma notícia ruim do médico para resolver parar de fumar, ou o alcoolista para parar de beber.

e ainda há aqueles que precisam de um baque ainda maior. chamaremos isso de desastre. é o meu caso. eu precisei de um desastre pra mudar de vida, ou pelo menos encará-la de uma forma diferente. e é aí que a cinderela entrou na minha história.

cindy (eu adorei o cindy, espero que tu aproves, cinderela) e suas ideias utópicas uniu-se perfeitamente ao humanista que hoje pensa a vida de forma diferente. que, apesar das suas limitações físicas tem um cérebro que funciona e que deixou de ser um selfish, self-centered, para pensar um pouco mais nos outros também.

tenho a minha luta, aquela, bem pessoal, que é minha e só minha. mas isso não tem nada a ver e da minha luta cuido eu. eu to aprendendo a lutar, e a cindy tá me ensinando muitas coisas boas.

hedonismo e comida não combinam

ontem eu falei que não queria falar sobre comida por que eu estava com fome e não tinha o que comer... dormi com fome. que sensação horrível (melhor que merda, né cinderela? ops... falei!). bom... vamos à conversa sobre comida.

ultimamente, eu geralmente comia na cama. sempre chegava alguém no meu quarto com uma bandeja e um prato perfeitamente decorado pela minha mãe. uma salada, carne, uma massa ou um amido. tudo ótimo... mas estava comendo deitado. de lado. desde o dia 8 de fevereiro. café da manhã? deitado. de lado. lanche? deitado. de lado. almoço ou janta? deitado. de ladinho. pra mim, comer deitado, de lado, era coisa de romanos que dependuravam aqueles garbosos cachos de uva e os comiam com um prazer quase que orgasmático. pelo menos nos filmes que eu via sobre roma, era assim.

comer deitado de lado é uma merda (desculpe, dear cinderela).

ainda mais dependendo para que lado tu estás virado, se és canhoto ou destro - se bem que a definição de destro e canhoto, pra mim, à mesa, sempre foi uma incógnita - eu como com a mão direita. não sei nem segurar o garfo corretamente com a mão esquerda. minha mão esquerda é praticamente inútil em termos de comida. até que eu me pegava deitado, de ladinho, para o lado em que era necessário comer com a mão esquerda. não. eu ainda não aprendi. e segurava o garfo como um pedreiro esfomeado devorando um prato de feijão com arroz, farofa e uma carne. uma coisa bem pf.

no fim das contas, eu sempre acabava me sujando, ao comer deitado, de ladinho, na cama. seja do lado direito, seja do lado esquerdo.

ainda bem que essa fase já passou e agora eu vou poder voltar a comer que nem gente normal, em uma mesa posta, com talheres no lugar certo e, principalmente, eu, no lugar e na posição certa.

a esta altura do texto, o caro leitor pergunta-se: mas que diabos tem a ver comida com hedonismo?

bom. nesse tempo em que eu tive que comer deitado, de lado, na cama, eu meio que virei hedonista. é. hedonista, aquele cara que curte ficar peladão. do dia 8 de fevereiro até hoje eu só usei roupa uma vez, por que fui obrigado a sair de casa (eu queria sair pelado, mas minha mãe achou que não era uma boa ideia). e sabe que é tão bom viver pelado... tudo free. homens entenderão melhor o que eu quis dizer. virei um adepto ferrenho do hedonismo, e a partir de agora pretendo usar o mínimo de roupa possível. obviamente eu tive um motivo médico para ficar pelado esse tempo todo (não entrarei em detalhes, ainda), mas à medida que o tempo ia passando, eu ia curtindo cada vez mais a ideia de ficar pelado. recebi várias visitas durante o tempo em que fiquei em caxias. peladão. ninguém desconfiou, a não ser que eu falasse algo. e todos caiam na risada. e eu achando sério essa coisa de hedonismo.

então, por que hedonismo e comida não combinam: realmente me parece anti-estético a sobretudo anti-higiênico comer pelado. simples assim.

quinta-feira, 25 de março de 2010

another day in paradise

eu sou uma minhoca.

eu me movimento na cama como uma minhoca... meus amigos já me disseram que vão jogar terra nela; dessa forma eu fertilizo a terra e a vendemos como fértil. é o chamado produto agregado.

nesta quinta-feira i'm headin' to porto alegre. fico até sábado pela manhã e subo a serra para o casamento de uma das pessoas mais estupendas que eu conheço. alguém de coração puro, sem malícias e que vive um dos momentos mais felizes da vida dele. vou participar desse momento como padrinho o casamento.

mas voltando ao dia de hoje, quarta-feira, 24 de março, mais um dia no paraíso que é a minha vida, aquela que eu não pedi, deliberadamente. pela segunda vez saí da cama para tomar banho. e no banho fiquei pensando, enquanto a água quente escorria pela minha cabeça: como é bom tomar um banho. um bom banho. num banheiro decente, com um chuveiro que imponha respeito com a força d'água que desce, lépida e fagueira gravidade abaixo. eu não tomava banho de chuveiro desde o dia 8 de fevereiro. eu não tomo banho de pé desde o dia 6 de junho de 2009. a primeira coisa que eu quero fazer, quando eu voltar a caminhar, ou esboçar passos me arrastando pelas paredes, whatever, eu quero tomar um banho de pé. você, leitor, deve estar pensando, grande bosta (ops, cinderela, sorry) tomar banho de pé... "eu tomo banho de pé todos os dias, 2x/dia" se é um "limpinho". mas experimente ficar sem tomar banho de pé. é uma coisa tão banal, tão corriqueira, tão automática, que a gente entra e sai do box, ou do cantinho do chuveiro, e nem presta atenção no que faz... eu lembro que eu sempre ensaboava a barriga em primeiro lugar, depois de passar o xampu, é claro. o rosto era sempre o último. essa rotina já era... eu tomo banho sentado e é uma merda (essa a cinderela disse que pode)!

outra coisa interessante é o ato de comer. você, prezado leitor, já parou pra pensar e ver o que você está comendo. bom, se não pensa nisso, azar o seu. eu não to mais a fim de falar sobre comida por que to com fome e não tem nada para comer a essa hora.

detalhe: eu sou uma minhoca que não consegue sair da cama. joguem logo essa terra por cima de mim e vamos fazer dinheiro.

quarta-feira, 24 de março de 2010

o real, o irreal, o surreal e o virtual, ou a salada de frutas semântica

essas quatro definições acima fazem parte da minha vida de forma perene. faz tempo.

antes do meu accident, eu vivia num mundo irreal, fora dos meus padrões, buscando algo que até agora eu não consegui definir o que era, mas enfim, já passou e eu não quero nem mais saber do que se trata. era uma merda (ops, cinderela, sorry)

o virtual me acompanha desde que eu estava na universidade, e tive contato com gente do naipe de pierre lévy, gilles lipovetzky, pierre fayard, christian marcon, régis debret, guy masset, dentre outros, que, entre conversas informais, aulas expositivas, palestras e/ou aulas chatas mesmo; me perguntava o tempo todo, como o livro do lévy: "qu'est-ce que le virtuel?" Até hoje eu não sei direito. estudei pra caramba, li muita coisa desses caras (niklas luhman e algo de jürgen habermas também) e não descobri o que é o virtual, apesar de viver virtualmente na blogosfera, no twitter, no facebook e ter tido uma experiência mal sucedida no second life (mal tinha tempo para a minha first life, imagina controlar uma segunda???) enfim, o virtual é muito bizarro pra mim, ainda.

o que é o real? é o dia-a-dia? é ir no super comprar desodorante? sair com os amigos tomar uma cerveja? comemorar um aniversário? o que é real dessa merda toda? alguém sabe, de verdade, me dizer? eu não sei. a minha realidade é muito surreal pra dizer que ela é real, principalmente depois do meu accident.

e aí me aparece o surreal, através do virtual e do incrivelmente irreal, de umas semanas pra cá. a cinderela tá me mostrando que o surreal pode ser mais real do que a própria realidade. e dia após dia eu venho tomando lições de surrealidade real, através do virtual

tudo meio irreal né?

terça-feira, 23 de março de 2010

eu e a minha rebelião

esta segunda-feira foi a mais inútil da minha vida. eu dormi. somente dormi. todo o dia. cinderela me disse para fazer coisas boas, e eu não fiz nada, só dormi. perdi tempo. deixei de fazer coisas importantes, úteis, que me tiram o sono agora. durmo, acordo, escrevo. vou voltar a dormir, vou acordar novamente e vou escrever mais um pouco, da qui uma, duas ou tres horas. fato

então, à noite, resolvi me rebelar contra mim mesmo, contra o big brother (não, não estou falando da magnífica obra de orwell) e às pessoas que jogam fora seu tempo para ver esse programa idiota; por que não vão transar com alguém, ler um livro (big brother, do orwell, é uma excelente indicaçao), fazer um bolo, ou até mesmo... dormir.

a grande maioria dos programas da televisão aberta no brasil e no mundo despeja litros de kiboa no cérebro das pessoas (em França seria eau de javel) e parece que todo mundo fica mumificado e falando somente sobre aquilo. Sorry, eu não consigo aceitar isso. não dá. é demais pra mim ver pessoas inteligentes perderem tempo com essa so called diversão.

tudo bem, se tem gente fazendo esse tipo de "entretenimento", é por que tem gente comprando essa merda enlatada. só pra lembrar, o diretor desse programinha chato pra caramba (cinderela diz que eu falo muito palavrão) é aquele cara que, junto com seus amiguinhos ricos do leblon divertiam-se jogando ovos e iphones dentre outras coisas nos pobres e necessitados que passavam pela rua. possivelmente drogados até não poder mais, alimentando o círculo vicioso da violência carioca e, por que não brasileira.

lembro também de alguns analfabetos funcionais que colaram grau junto comigo (junto, modo de dizer, por que eu não fiz festa de formatura, só paguei 70 reais pelo meu diploma e fui embora). gente que entrou na universidade, ficou lá cinco anos, não aprendeu porra (desculpe, cinderela) nenhuma, ganhou notas boas puxando o saco dos professores e seguindo a cartilha proposta pela universidade. eu costumava gostar desses colegas. incentivava-os a continuar assim. quem sabe, um dia eles estariam empregados em alguma grande empresa da região, sendo menosprezados pela sua formação trop généraliste, ganhando mal e reclamando da vida. de todos os meus ex-colegas, sei de pouquíssimos que estão bem. a sua grande maioria cotinua lutando por um emprego melhor, buscando seus direitos, aqueles que o curso prometia, apesar de ferem ficado no feijão com arroz.

to pensando agora se eu me saí melhor do que eles, com essa atitude. e me lembro daquele conto de voltaire sobre o velho brâmane. eu fico com o velho. se me perguntarem 100 vezes, fico com o velho 100 vezes.

domingo, 21 de março de 2010

est-ce que c'est souhaitable ça ?

um texto resgatado d'o pato, de 2008.

tout ce que j’aime bien dans la vie m’a été viré il y a deux, trois mois… je pense que la vie devrait être plus simple, comme les goélands qui survolent les décharges au sud de Marseille…

putain, comme il me manque les temps d’antain quand on avait pas de tune, on avait la conscience libre, vague, tel que les vagues de l’océan pacifique près du hawaii… auj, c’est pas gagné… l’âge vient et tout détruit. je suis devenu amer, comme le vin, aigre, pourri.

je crains que le raisonnable n’est plus là… on pose les questions, mais on n’a pas eu des réponses…

les canards de cette ville de merde sont là… ils côtoient le plus beaux endroits, ils sont toujours bien habillés, ils ont leurs bagnoles toutes nouvelles, ils polluent tout, ils ne lâchent rien… ils boivent du whisky âgé de 24 ans, ils le paient cher… ils s’en foutent, ils sont des vrais canards… est-ce que c’est souhaitable?

non, rien n’est souhaitable

je commence à m’en foutre aussi… tampis pour moi, tampis pour elle, tampis pour nous, tampis pour eux…

bonjour, vida que eu não pedi

sim, é isso mesmo. eu não pedi. conscientemente, pelo menos, eu não pedi para perder o movimento das minhas pernas. talvez estava escrito que isso aconteceria em algum momento da minha vidinha linear, e realmente aconteceu, mas eu não pedi. não conscientemente.

mas essa vida que eu não pedi trouxe consigo muita coisa boa e muitos ensinamentos. trouxe de volta amigos, aproximou-me de outros, trouxe de volta a minha família, que eu ignorava por muito tempo. que ser humano imbecil eu era. que pessoa vazia eu era. quem gostaria de dividir uma vida dessas comigo? como pude ser tão estúpido, e pior, como é que eu consegui ser ainda mais estúpido ao colocar a minha vida em jogo (e de outras pessoas tb) numa brincadeira mortal que foi dirigir de manhã cedo, depois de uma festa? eu não estava mal. meus amigos sabem disso, os médicos que me retiraram do ferro-velho que ficou transormada a camionete também viram, no hospital nunca cogitaram essa hipótese.

foi o destino? estava escrito mesmo? eu pedi isso? deliberadamente, porém inconscientemente, eu quis isso? são perguntas que eu não sei responder. não sei se um dia saberei respondê-las, mas carrego comigo os estragos daquela noite, quase parafraseando uma música dos engenheiros do havai.

de qualquer forma, eu estou vivo, com saúde, sendo bem tratado por todos ao meu redor e querendo, acima de tudo ficar mehor. aspiro a uma vida melhor, com pessoas boas do meu lado, que me ajudem de qualquer forma. i wanna fight to get it back again, cinderela me mostrou em outra música. e eu vou lutar muito. vou brigar com as pessoas que estão mais perto de mim, por que são elas qeu convivem comigo e que tem de me aguentar no dia-a-dia, mas vou aprender muito com elas. e eu quero aprender. meu momento vai chegar. vai, sim.

sábado, 20 de março de 2010

dia mundial sem carne... humpf

hoje é para ser dia mundial sem carne.. so what?

eu fico indignado como o ser humano pode ser tão besta em algumas coisas e tão inteligente em outras; como a gente é capaz de se unir por uma causa justa, mas também como pode ser tão ridículo para se unir em torno de algo desnecessário... tem tanta merda acontecendo no mundo, tanta pobreza e tanta gente ostentando bilhões; estão acumulando tudo isso porquê? por que é bonito aparecer na capa da revista?

eu estou deficiente físico, acho que o serei para sempre, tenho dificuldades ridículas todos os dias. mas elas são ridículas pra você que tem as duas pernas funcionando direitinho. por que as pessoas não se unem para tornar a minha, a sua, a nossa cidade, seja ela qual for, um pouco melhor? porque elas não se unem para brigar pelos seus direitos, direitos constitucionais, que as autoridades rasgam diariamente e ninguém faz nada e acha bonito.

eu odeio esse mundo porco capitalista acumulador onde cada indivíduo só pensa no seu próprio umbigo e foda-se o resto. são seres humanos essas pessoas? elas são da mesma espécie que eu? i don't think so.

eu sou homo sapiens, eles são homo hipocritus.

quinta-feira, 11 de março de 2010

saudade do blog

é madrugada de quarta pra quinta e essa semana tá passando vagarosamente na minha vida.
tenho que escrever meu livro (sonho ainda não realizado), mas às vezes é mais fácil escrever uma bobagem qualquer aqui mesmo, ou no twitter, que é mais rápido, do que parar e pensar numa estética literária que combine comigo; se é que é preciso ter uma estética literária.
eu escrevi sobre a minha vida, basicamente. comecei antes do meu acidente e continuo com memórias do que aconteceu antes, do que aconteceu depois, e do que vem acontecendo hoje; algo meio atemporal.
na realidade, eu não sei se as pessoas vão querer ler o meu livro, por que le não tem uma história linear, com começo, meio e fim. são contos ao acaso que misturam ficção e realidade com um pouco de tristeza, um pouco de alegria e um tanto de pornografia.
meu livro que ainda não está nem na metade do que eu espero escrever e que não sei nem se vai realmente sair do arquivo .docx do meu laptop fala sobre muito do meu jeito de ser: espontâneo, rude, às vezes, sincero, sensível, até doce, como me definiram essa semana...
tomara que eu tenha inspiração o suficiente para contiuar com este meu sonho de publicar um livro...
mas eu tenho tantos sonhos hoje...