sábado, 27 de março de 2010

nostálgico, eu?

falei com a cinderela e ela não curtiu o cindy... achou que era um outro nome, diferente. é um ponto de vista. vou ter que acatar, afinal, é por ela que as minhas ideias vem aflorando quase que diariamente.

ultimamente eu falei de comida, de utopia, de minhocas e até daquele ignóbil dia mundial sem carne. ridículo. em poucas horas saio da capital dos gaúchos e subo a serra mais uma vez. esse caminho já fiz milhares de vezes pelos mais distintos motivos, e ainda vou fazê-lo durante um bom tempo, eu acho.

eu gosto de subir a serra e sentir, a cada quilômetro, que a temperatura vai diminuindo. gosto de sentir aquele ventinho gelando, aos poucos, as mãos pra fora da janela do carro. você, estimado leitor, já fez isso alguma vez? mesmo se o seu carro tenha ar-condicionado. faça. é uma sensação boa. de vida. de pureza e de virgindade. duvido que alguém, tenha tido a ousadia de subir aquelas escarpas íngremes e cerradas de árvores de toda espécie que a gente vê no trajeto da subida forte.

enfim, toda vez que subo a serra tenho aquela nostalgia que carrego comigo, afinal, foram praticamente 11 anos, muitos amigos, muitas mudanças, uma graduação, uma viagem ao exterior (duas, na verdade), muitas brigas com minha madrasta, com a minha irmã e com o meu cunhado (aqui vale uma piada que a cinderela não vai gostar, mas enfim.... cunhado, se fosse bom, não começava com cu). pois é... nem tudo na vida são flores. mas ainda bem que ainda encontramos rosas brancas, não é cinderela?

eu sinto falta de caxias do sul. me sinto um cidadão caxiense. pelo tempo que lá vivi e pela quantidade de pessoas que conheci e tive a felicidade de interagir, conhecer. gente de todo o tipo. homens, mulheres, pobres e ricos, gente humilde e gente esnobe. tive o prazer de conhecer praticamente toda a cidade, do bairro mais chique ao mais desprovido de qualidade de vida. mas... mas ao mesmo tempo, eu não sinto falta de caxias e dou um dedinho para dali sair. tanto que saí (tudo a ver com o meu desastre, mas saí).

hoje, nesse momento, eu quero voltar. quero rever meus amigos, abraçá-los como se fosse a última vez. dar aquele aperto de mão que raramente a gente dá. vê-los sorrir. chorar de alegria, se for o caso, por que tristeza eu quero longe de mim. quero felicidade e coisas boas.

gosto de ouvir as histórias da época da escola dos meus amigos caxienses... me lembram das minhas histórias da minha época de escola, em outro lugar. é gostoso, mas ao mesmo tempo deslocante. me sinto um peixe fora d'água ao ouvir estas histórias, afinal, eu não participei delas. só que, apesar de não ser o amigo de infância, tenho amigos de um ano, dois anos, que parece que nascemos no mesmo ano, passamos pela mesma escolinha, estudamos juntos o primeiro e o segundo graus, cursinho e faculdade juntos, tamanha é a identidade que criamos.

desde o dia 7 de junho de 2009, a grande maioria dessas amizades se acentuou, devido ao meu já demasiadamente propagado desastre. eu não sabia que eu tinha tantos amigos.

este post é dedicado aos meus amigos e amigas, aos novos, aos mais antigos, aos que falamos diariamente, aos que pouco temos contato, aos tímidos, aos exagerados, às piriguetes, às certinhas e avoadas, aos que eu via somente à noite. aos que eu via durante o dia apenas. àqueles com quem eu, invariavelmente cruzava na rua. aos que me davam carona. aos que me acolhiam nos dias difíceis. à "minha família" caxiense que me acolheu como um dos seus. aos meus alunos, que sempre considerei mais do que simples alunos. aos amigos de são marcos (terra exportadora de gente bonita e inteligente), aos padres de farroupilha, que muito me ensinaram. e mesmo aqueles que pouco acrescentaram na minha vida e/ou que pouco se preocuparam comigo.

eu guardo na minha memória o dia em que conheci cada um de vocês. eu lembro o que eu fiz, lembro onde foi. o que falamos e qual foi a minha impressão. =)

e lembro, essencialmente, que amizade não se compra, não se suborna. amizade se conquista. as minhas conquistas foram fulminantes. e assim será para sempre.

nostálgico, eu? não. eu sou feliz, saudosista, e aprecio os seres humanos do bem que eu posso humildemente chamar de amigos.

inimigos, acho que não os tenho.