quarta-feira, 7 de abril de 2010

sexo frágil

faz muito tempo que eu quero falar sobre esse assunto, mas nunca me lembrava de postá-lo aqui. faz-se necessária essa introdução.

há muitos psicólogos, médicos, médiuns, picaretas e prestidigitadores que vem dizendo que houve uma inversão da fragilidade sexual, da mulher para o homem. que a liberdade feminina e a sua busca por igualdade de tratamento em todos os aspectos da sociedade fez com que o homem começasse a expor os seus pontos fracos. na minha modesta opinião, não é preciso ter nenhum diploma pra ver que isso é verdade, apesar de termos milhões de homo erectus perambulando por aí.

a mulher quis sair de casa. quis liberdade de expressão. lutou muito por isso, e vem conseguindo em alguns pontos, já conseguiu em outros e até nos ultrapassou em certos aspectos. mas eu ainda não cheguei onde eu quero. fique calmo, astuto leitor e me acompanhe atentamente.

então, ficou convencionalmente social dizer que vivemos num mundo de igualdade sexual (assim como os sociológos acabaram com as raças: branco, negro, amarelo, etc; somos uma raça, a raça humana); então, voltando, somos iguais. vamos às características ovbiamente, socialmente e caricaturalmente marcantes que sempre diferenciaram um homem de uma mulher: mulher chora, homem não; mulher é complexa, homem não; mulher gasta demais, homem não; mulher fala muito, homem não; mulher fica em casa, homem não; mulher cozinha, homem não; mulher cuida dos filhos, homem não; acho que o arguto leitor já entendeu aonde eu quero chegar.

de uma hora pra outra (uma década, digamos) estes valores foram se invertendo, sem generalizar, nem levar ao pé da letra, por favor.

aí criou-se a convenção “homem moderno”. é o homem que chora vendo um filme, que se emociona com gestos de carinho familiar, que gosta de cozinhar, que quer agradar a mulher comprando-lhe presentes, flores, etc (gastando), que falha na cama e, por mais incrível que possa parecer, li ontem, em um artigo não sei se muito confiável, até finge um orgasmo!!

o objeto de desejo de qualquer mulher então (tirando essa parte do fingimento do orgasmo, que é deprimente, diga-se) tornou-se o homem moderno. um cara sensível, que chora, que a entende, até um certo ponto, que lhe faz uma jantinha legal com um ambiente decorado, etc. o cara moderno.

mas ao mesmo tempo, ela ainda quer aquele ogro, mal-educado, grosseiro, que não se importa com o corte de cabelo dela, que não presta atenção nas mãos, se ela pintou as unhas de vermelho 40 graus, tomate ou desejo, nem nada de moderno. tudo démodé. estou certo ou errado?

no fim das contas, pra mim, a revolução social feminina, foi masculina. a mulher continua igual, complexa pra caramba e totalmente, absurdamente incompreensível, e o homem ficou “frágil”.

é meio complicado falar sobre isso por que não sou sociológo, nem tenho uma base teórica, sou apenas um ator-observador desse jogo da vida. e me parece que as mulheres não sabem mais o que querem hoje em dia.

da minha parte, vou seguir um conselho do oscar wilde: “As mulheres foram feitas para serem amadas, e não para serem compreendidas.” ouvi essa frase pela primeira vez da cinderela. vou amá-la muito, não vou tentar entendê-la, se assim ela quiser e muito menos tentar mudá-la. como já foi dito, eu gosto da cinderela da cabeça aos pés desde o momento em que os vi, no nosso terceiro encontro.