sexta-feira, 2 de abril de 2010

o terceiro encontro

cinderela novamente veio ao meu reino para nos conhecermos um pouco mais e conversarmos sobre a vida. sobre a nossa convivência e, sobretudo, para trocarmos a nossa listinha de adjetivos, comtemplando aquilo que um pensa do outro.

era manhã. o tempo estava bom. eu acordei mais cedo para ficar preparado. a noite anterior tinha sido praticamente o fim do nosso conto de fadas, tal o conteúdo, a profundidade e a tristeza da conversa. de toda sorte, no horário marcado, cinderela entra no meu quarto, trazendo consigo o sorriso de uma princesa, o cheiro de uma donzela encantadora, divinamente, magicamente, e puramente linda.

nosso abraço é apertado e longo. é o nosso trato. eu preciso desse abraço.

primeiro eu entrego a minha listinha, os olhos negros da mulher que está prestes a se tornar o meu grande amor fitam aquela lista com curiosidade, alegria e emoção; logo em seguida é a minha vez. recebo a minha lista, não numa folha amarela A4, como era de se esperar, mas eu dois cartões, contendo cada um um punhado de qualidade exaltando a mim, ao que eu represento para ela.

esses encontros são sempre emocionantes. e a carga de emoção da noite anterior ainda paira no ar. mesmo assim, todo encontro com cinderela é bom, pois temos tanta coisa em comum (inclusive alguns adjetivos da listinha) que a nossa conversa sempre sai fácil, é divertida e sincera. cinderela nunca mede palavras. eu sou um pouco mais introvertido (uma cagão, diria meu pai). cinderela vive o momento e age de acordo com a situação; eu penso sempre no que está por vir. são as nossas características que nos distinguem.

a visita, que era para ser de alguns minutos já dura uma hora e meia. essa hora e meia muda a minha sensibilidade. cinderela, e somente ela, tem o poder de me transformar, de mudar os meus sentimentos, de me fazer feliz, quando estou triste, de me trazer alegria quando a tristeza está no ar.

eu já estou no terceiro encontro e ainda nào pude provar novamente o beijo doce e amável dessa criatura inigualável, que está do meu lado. me aproximo mais. ela está inquieta. o momento se aproxima. está na hora. toda pressão que eu tinha sob meus ombros, de repente, some. o encanto da cinderela paira, suave como o seu perfume, ao nosso redor. nota da cinderela: "diz para os teus leitores, caro príncipe, que a tua cantada foi bem fajuta". sem problemas, respondo. nesse caso, o fim foi plenamente justificado pelos meios.

é quase meio-dia e cinderela precisa ir. ela vai, com o seu caminhar que parece ser sobre nuvens, mas deixa, além do seu perfume, doce e agradável, uma certeza: esse conto de fadas está recém começando.